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sábado, 1 de maio de 2010

by LiZa



Ao Comandante Geral da Brigada Militar do Rio Grande do Sul
Coronel QOEM João Carlos Trindade Lopes
Abuso duplo de poder e ameaças!
Pelotas, 17 de abril de 2010. O que era para ser um dia normal na vida de uma mãe, mulher, dona de casa, filha, estudante, respeitadora das leis e dos direitos, uma mulher em tratamento médico, incapaz de matar uma mosca, pelo contrário, daria minha vida para salvar a quem amo.
Saímos de casa, meu companheiro/motorista, meus filhos menores (8 e 13 anos) e eu, por volta das 16h.
Trajeto: Rua Pracinha Hortêncio Rosa – Av. JK de Oliveira – Av. Ferreira Viana – Av. Bento - Av. JK de Oliveira – Rua Dr Cassiano.
Deixamos nossa filha na Rua Dr. Cassiano para a festa de aniversário da coleguinha e levamos nosso filho até o Laranjal para visitar um amigo.
Retornamos para casa, tomamos café, meu companheiro assistiu televisão até pouco antes das 20h.
Saímos por volta das 20h para buscar nossos filhos.
Trajeto: Rua Pracinha Hortêncio Rosa – Av. JK de Oliveira – Av. Ferreira Viana – Av. Bento – Mc Donald’s.
Entramos na lanchonete Mc Donald’s, em frente ao quartel do 4°BPM e, deixamos nosso automóvel Peugeot 206 placas IOU9334 estacionado, dentro do estacionamento privativo do estabelecimento Mc Donald’s.
Saímos do Mc Donald’s a pé, meu companheiro e eu, até o Posto do Guga da Bento Rua General Osório n° 1052, para pegarmos nossa filha (de quinze anos) na Lan House com o namoradinho que há dentro do referido Posto.
Saímos a pé, nós os três, meu companheiro, minha filha e eu até o Mc Donald’s para pegarmos nosso automóvel.
Saímos do Mc Donald’s pela saída da Rua Barroso.
Trajeto: Rua Almirante Barroso – Rua Dr. Urbano Garcia – Rua Dr. José Brusque.
Ainda na Rua Dr. José Brusque, mais conhecida como Cohabprim, antes da esquina com a Av. Ferreira Viana havia um automóvel parado quase no meio da pista bem à esquerda – a rua é de mão dupla – sem nenhuma sinalização, apenas estava parado, já estava bem escuro, mas vimos que era um automóvel Ford modelo Ka Preto, sem pisca-alerta, sem sinalizar ré, ou se, dobraria à direita na Av. Ferreira Viana, como também não saia da frente e nos impedia de passar.
Como meu compromisso de buscar minha filha de 8(oito)anos estava marcado para as 20h e esta era minha prioridade e de meu companheiro( jamais deixaria ela uma criança menor e bem pequena ainda esperando), pedi ao meu companheiro que averiguasse se dava para ultrapassarmos este veículo que estava atrapalhando e interrompendo a via.
Meu companheiro deu um leve e sutil toque na buzina, e vendo que não vinha nenhum veículo no sentido Av Ferreira Viana – Rua Dr. José Brusque passou a diante,o que deixou o condutor do outro automóvel irado, quando estávamos passando ao lado do “Ka” vi ser uma mulher a condutora que estava dentro do veículo e esta gritava: -“ Tá com pressa, passa por cima, animal! No que respondi com uma pergunta: - “O quê?” e ela continuava a gritar e gesticular, eu falei: -“Cala a tua boca, doida!”
Nesse momento meu companheiro não podia entrar direto à direita por se tratar de uma Avenida de grande fluxo de veículos, por esse motivo ficamos por alguns segundos parados escutando essa senhora esbravejar iradamente exatamente estas palavras: -“Cala tu a tua boca vagabunda. Sou brigadiana, vou te prender. Eu posso te prender. Vou te pegar na esquina, vadia. E outros impropérios de baixíssimo calão.
Fiquei em pânico, com muito medo do que pudesse nos acontecer, pois o que fazia uma mulher parada no meio de uma rua de pouco movimento dentro de um carro sem sinalização e no escuro? Seria ela brigadiana mesmo (já que não estava fardada e o carro era normal e não uma viatura) ou uma marginal a espreita de vítimas, gritando iradamente daquele jeito, o que eu poderia pensar: é doida, drogada, bêbada ou o quê?
Com muito medo de algo pior pudesse nos acontecer, principalmente pela vida da minha cria, minha filha que estava apavorada, tentei ligar para o 190 e de tão nervosa não encontrei o celular na minha bolsa, olhei para trás e vi que a condutora do “Ka” nos perseguia e tentava encostar em nós, nesse momento minha filha de 15 (quinze)anos anotou a placa.
Passamos pela” rótula do Habbib’s” e o “Ka” continuava atrás de nós. Nesse momento tivemos que parar no “cruzamento do BIG” Av. Bento/Av. JK e, ao olharmos para trás a condutora do automóvel “Ka” placas IPX 2998 havia descido de seu veículo, interrompendo o trânsito mais uma vez e vinha em nossa direção gritando e gesticulando, dava a entender que estava armada e queria mostrar seu poder.
Não deixei meu marido descer do nosso automóvel, abrir a porta ou o vidro, mas ele ao ver que ela vinha mesmo em nossa direção berrando que era brigadiana abriu o vidro e com o celular já gravando começou a filmar. Ao ver que ele estava filmando ela recuou e voltou a nos seguir em seu automóvel.
Meu marido entrou na à direita na Av. JK, acelerou e ultrapassou outros veículos e a perdemos de vista, entramos na Rua Dr. Cassiano e esperamos um pouco até nos acalmar para pegarmos nossa filhinha e também para ver se o” Ka” não reapareceria e não colocá-la no mesmo risco que nós estávamos correndo.
Mais calmos do susto e não vendo mais o “Ka” pegamos nossa filhinha, seguimos pela Rua Dr. Cassiano, entramos à direita na Rua Almirante Barroso, entramos à esquerda na Av. Bento, entramos à esquerda na Rua Gonçalves Chaves, entramos à esquerda na Av. Bento e estacionamos em frente ao quartel do 4°BPM – peço desde já as imagens das câmeras de segurança do quartel com o horário exato que adentramos na instituição – e pedimos ao porteiro/soldado para falarmos com o oficial responsável daquela noite, este perguntou do que se tratava e, não quis adiantar o assunto, para preservar a Instituição se de fato a condutora do “Ka”fosse mesmo da corporação, e se a mesma fosse para preservá-la frente aos seus companheiros, hoje me arrependo destas considerações!
O oficial se apresentou e relatamos o ocorrido, fornecemos o número da placa e esse oficial pediu para um outro soldado verificar no sistema, pedi para que ele, o oficial fizesse um Termo Circunstânciado/Boletim de Ocorrência, mas ele se afastou calado, enquanto isso ele ligou de seu celular para alguém de nome Rejane e teve o seguinte diálogo: (...)como é o nome daquela tua amiga loira? (...) Qual é o carro dela? (...) Ah! Achei que era essa mesma (...) não, depois te falo se tu vai ficar aí, (...) depois te digo o que é. E desligou, porque foi chamado pelo soldado que estava no computador averiguando a placa.
Este identificou como sendo realmente uma brigadiana, uma soldado da PATRAM de nome “Fernanda Halfem”.
Pedi para fazer o “TC/BO” e esse oficial se negou a fazê-lo, por ser colega de farda? Por ser seu amigo?
Reiterei minha vontade de fazer um registro oficial do ocorrido, um “TC/BO” e esse oficial me disse não ser da responsabilidade dele a soldado e por isso eu deveria de procurar na segunda-feira dia 19, ou seja, dois dias depois do fato, um tal de “Tenente Facin” da PATRAM para que este sim me escutasse e se fosse o caso, fazer um registro dos fatos.
Não procurei a PATRAM, porque me senti duplamente agredida e lesada, primeiro por uma mulher ensandecida na rua me ameaçando e, a minha filha e marido de nos prender e, de me pegar na esquina por ser ela uma “brigadiana”; segundo pelo fato do oficial responsável pelo quartel do 4°BPM não ter querido registrar a ocorrência, no que para mim é um fato violento e de abuso de poder, que é duplamente abuso de poder, o do oficial e da soldado, esta por ter me ameaçado sem estar de serviço e nem fardada e em seu carro particular e aquele por corporativismo não ter registrado os fatos.
Procurei então o CRPO, Comandante Julio Cesar que não quis me atender, o Sargento Everton me encaminhou para uma sala onde a Soldado Marcela colheu meu depoimento.
Para nossa surpresa aconteceram fatos novos e aterrorizantes.
Recebemos três multas, sendo que meu companheiro é o único que tem carteira e dirige em nossa família estava no ACRE e seis dias depois do fato (17/04) é que foram registradas as multas (23/04).
Dia 24 de abril três homens perseguiram minha filha e eu dentro do Hipermercado BIG Loja 202 Pelotas, ameaçaram, nos constrangeram e ao pedir socorro fugiram.
Recebi algumas ligações onde só aparece o número 01 e ninguém fala.
Procurei o CRPO e o Comandante mais uma vez não quis atender e veio o Capitão Cardoso que não quis registrar minhas declarações e que eu procurasse a corregedoria da Brigada, pedi a este oficial que ao menos averiguasse a quem pertencia o automóvel dos três homens que tentaram contra minha filha e eu no “BIG” e este disse não poder me ajudar.
Voltei a lhe informar sobre as tais multas fantasiosas, pedi as imagens das câmeras de segurança do quartel e, para minha surpresa elas não gravam, não há registro.
Será que realmente alguém acredita nisso, que em um quartel as câmeras não servem para nada!
Ou este oficial mentiu?
Bons tempos aqueles que se acreditava no Brigadiano, na Brigada Militar, aquela que protegia.
Hoje é Ela quem ameaça e causa medo!
Eu, eu voltei a ter pânico, não saio de casa, não vou mais a aula, estou tomando quatro tipos de tranqüilizante, passo o dia ligando para saber onde estão meus filhos e se estão vivos, precisei ir três vezes ao doutor nessa semana, meu marido não pode trabalhar porque eu tenho medo de ficar sozinha.
Minha vida acabou por causa da digníssima senhora soldado Fernanda Halfem, por causa dessa soldado passo o dia na cama com medo, estou a ponto de cometer uma loucura contra minha vida, porque viver assim não é viver, é terrorismo.
Volto a afirmar que minha família e eu estamos correndo risco de inclusive de morte com essa soldado fazendo o que bem entende em nome da Brigada Militar, quem irá se responsabilizar pelos atos tresloucados dessa senhora?

Elizangila Siqueira Walerko




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1 comentários:

Suzane Araujo disse...

uau, que história....
até fiquei arrepiada :/