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sábado, 27 de junho de 2009

Tu pega também?

"Eu vou pegar uma caneta e já anoto seu número. Eu vou pegar o próximo ônibus. Eu vou pegar um copo d´água pra você. Eu, bro? Vou pegar uma mulher! Duas, se bobearem...

Ah, língua portuguesa, que flexibilidade. O tempo passa e o nosso vocabulário muda, se expande, se transforma, ganha novos e riquíssimos significados, como este agora: pegar mulher. Aliás, pega-se homem, também.

É natural que garotos e garotas saiam pra noite querendo se dar bem, conhecer pessoas, ter uma história, um romance, uma ficada, duas ficadas, três ficadas, quatro ficadas... esquece, a partir daí já não acho natural coisa nenhuma. Acho um desperdício de energia. Pegar quatro caras. Pegar cinco minas. A gente está falando de quê, de catadores de lixo? Parece.

Não se trata de caretice, mas de adequação. Pegar, pega-se coisas. Não gente. Coisas. Bonecos infláveis, que podemos segurar, tocar, lamber e descartar 10 minutos depois. Coisas. Produção industrial, sentimento nenhum, envolvimento zero. Coisas. Objetos inanimados. Sem voz, sem idéias, sem vida. Coisas. Pegue-e-leve, pegue-e-largue, pegue-e-use, pegue-e-chute, pegue-e-conte-para-os-amigos-depois. Pegar, cá pra nós, é um verbo muito cafajeste.

Tudo bem experimentar sensações diversas, conhecer de tudo, exercitar a sexualidade, mas em vez de "pegar", poderíamos empregar algum outro verbo menos frio e automático. Porque, quando duas bocas se tocam, nada é assim tão frio e automático, na maioria das vezes a naturalidade é forçada, é a turma que dita as regras e exige que todos se comportem igual, então vão todos para a balada fingindo que deixaram o coração em casa, mas deixaram nada. Deixaram a personalidade em casa, isso sim. Mas o que uma tia como eu pode fazer contra o avanço (avanço??) dos costumes e a vulgarização do vocabulário? Sou do tempo em que pegava-se uma carona, um avião, uma gripe. Quando o assunto era relação, por mais frágil e rápida que fosse, ninguém estava pegando ninguém. Ao contrário, estava todo mundo se soltando."

Marta Medeiros

Bueno, não sou do tempo dela, mas achei muito interessante este texto! Algo que fazia horas que eu complicava por aí, é bem desenvolvido aí em cima. Pior é que por mais que eu critique o uso desse verbo nesse contexto - nessa minha mania de falar em gírias -, por vezes já me peguei falando "o fulano já pegou a fulana"... A onda da linguagem, pra mim, é a mais difícil de não se pegar!

Canções fora-da-lei?

"Dos Rolling Stones a Elizeth Cardoso, diversos artistas citam drogas em suas interpretações"

Apesar dos riscos à saúde serem evidentes, tem gente por aí que continua deitando e rolando no mundo das drogas. Segundo um estudo realizado no Brasil recentemente, 24,7% dos jovens entre 10 e 17 anos já experimentaram algum tipo de entorpecente.

E o pior: os números alarmantes não intimidam músicos que investem em hits que fazem apologias a qualquer tipo de agente químico, incluindo álcool, anfetaminas, maconha, ácido e até cocaína. Na listinha dos "fora-da-lei", encontra-se nomes como The Beatles, Eric Clapton, Rita Lee, Raul Seixas, e até Elizeth Cardoso.

Desde os hippies

Nos anos 60 e 70, as drogas eram parte do movimento hippie, que fervia em festivais como Woodstock. Portanto, escrever melodias sobre entorpecentes era corriqueiro e até certo ponto, necessário para manter viva a legião de fãs. Foi nessa época que o Rolling Stones mostrou Brown Sugar - gíria para a heroína -, e Mother´s Little Helper - que aborda tranquilizantes.

Aproveitando o embalo dos dinossauros do rock, Eric Clapton trouxe versos do tipo: "Se você quer matar o tempo, tem de arranjá-la; cocaína / Se você quer ficar deprimido, arrasado no chão; cocaína / Ela não mente, ela não mente, ela não mente; cocaína", integrantes do hit Cocaine, um hino sobre a droga. Os garotos de Liverpool, os Beatles, também entraram na onda e apresentaram Lucy in the Sky with Diamonds, clássico que trazia o LSD à tona.

Janis Joplin é outra que integra a lista. A artista ficou famosa por gravar Mary Jane, carinhoso nome dado à maconha, uma de suas drogas prediletas. A cantora morreu de overdose de heroína em 4 de outubro de 1970, com apenas 27 anos. Seguidores da moda "músicos e drogas", o Guns n´ Roses soltou Mr. Brownstone - sobre heroína. E Marlyn Manson arrebatou o mundo com "I don´t like the drugs but the drugs like me", ou seja, "Eu não gosto das drogas, mas elas gostam de mim".

A onda brasileira

Os artistas brasileiros também não fugiram do modismo. Em, Puro Êxtase do Barão Vermelho, por exemplo, a música representou uma tentativa do grupo carioca de aderir à onda clubber, com sua referência explícita à droga das baladas, o ecstasy. Mas por aqui, o desejo por agentes químicos em música já é antigo. Elizeth Cardoso que o diga. Em uma de suas interpretações ela soltou "eu bebo sim, estou vivendo, tem gente que não bebe está morrendo", versos da canção Eu Bebo Sim.

Considerado o hino da dor-de-cotovelo e do deboche que menospreza a opinião alheia e afirma: "se eu quiser fumar, eu fumo, se eu quiser beber, eu bebo, não me interessa mais ninguém", Lama, interpretado por Maria Bethânia, também não pode faltar nas paradas, assim como Moda da Pinga com Inezita Barroso, no qual ela escracha a chamada "marvada".

Já a pop Fernanda Abreu preferiu investir em uma história inusitada que envolve muita maconha. Na melodia Veneno da Lata, ela recorda o episódio ocorrido em 1987, quando milhares de latas da erva foram chegaram ao litoral brasileiro entre o Espírito Santo e Santa Catarina. A carga era levada pelo navio Solana Star e foi despejada no mar depois que os tripulantes da embarcação foram avisados de que a polícia costeira iria interceptá-los. Quando o policiamento chegou, apenas o cozinheiro estava a bordo. O episódio deu origem à expressão "da lata", utilizada para designar a maconha.

Em 1980, Rita Lee estourou nas paradas com Lança Perfume, que chegou a ganhar versão em francês e inglês. A letra mistura lança perfume com brincadeiras eróticas quase inocentes: "vem cá, neném, só sossego com beijinho, vê se me dá o prazer de ter prazer contigo". Raul Seixas também tentou disfarçar, mas no refrão de Como Vovó Já Dizia, soltou "quem não tem colírio, usa óculos escuro".

Fonte: Yahoo

Mas até onde são consideradas "fora-da-lei"? Cantá-las é uma coisa, mas isso não significa que todos os que escutam precisam usar a droga que é citada, cada um tem a noção do que está fazendo, não é uma música que vai fazer diferença.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Menestrel

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.

Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.

E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…

E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.

E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.

E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…

Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.

Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…

Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…

Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

Shakespeare

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Piazzolla


A música de Astor Piazzolla é sem dúvida uma das maiores expressões artísticas que a Argentina já deu ao mundo. Incorporando ao tango um pouco de jazz e um pouco de música clássica, Piazzolla conseguiu um resultado formidável e ao mesmo tempo inovador, sofisticando esse ritmo portenho e revolucionando seus conceitos.

Astor Pantaleón Piazzolla, nascido no dia 11 de março de 1921 na cidade de Mar del Plata, passou a infância entre Buenos Aires e Nova York - mais na segunda cidade que na primeira. Começou a estudar música aos nove anos nos Estados Unidos, dando continuidade em Buenos Aires e na Europa. Em 1935 teve um encontro quase místico com Carlos Gardel, ao participar como extra no filme El Día que me Quieras.

Sua carreira começa verdadeiramente quando decide participar como bandoneonista na orquestra de Aníbal Troilo. Em 1952, ganha uma bolsa do governo francês para estudar com a legendária Nadia Boulanger, quem o incentivou a seguir seu próprio estilo. Em 1955, de volta a casa, Astor forma o Octeto Buenos Aires. Sua seleção de músicos - em uma experiência similar à jazzística norte-americana de Gerry Mulligan - termina delineando arranjos atrevidos e timbres pouco habituais para o tango, como a introdução de guitarra.

A presença de Astor gerou ao princípio receios, inveja e admiração entre a comunidade tangueira. Nos anos 60 Piazzolla teve que defender com unhas e dentes sua música, abalada pelas fortes críticas. A controvérsia girava em torno de se sua música era tango ou não, a tal ponto que Astor teve que chamá-la de "música contemporânea da cidade de Buenos Aires". Mas isso não era tudo: Astor provocava a todos com sua vestimenta informal, com sua pose para tocar o bandoneón (tocava de pé, quando a tradição era segurar o fole sentado) e com suas declarações que mais pareciam desafios.

A formação da primeira parte dos anos 60 foi, basicamente, o quinteto. Seu público era integrado por universitários, jovens e pelo setor intelectual, se bem estava longe de ser massivo. Astor já tinha fama de durão e bravo, de lutador, estava em pleno período criativo e se rodeou dos melhores músicos.

Com Adiós Nonino,Decarísimo e Muerte de un Ángel começou a trilhar um caminho de sucesso que tería picos em seu concerto no Philarmonic Hall de Nova York e na musicalização de poemas de Jorge Luis Borges.

Em seus últimos anos, Piazzolla preferiu apresentar-se em concertos como solista acompanhado por uma orquestra sinfônica com uma ou outra apresentação com seu quinteto. Foi assim que percorreu o mundo e ampliou a magnitude de seu público em cada continente pelo bem e a glória da música de Buenos Aires.

Astor Piazzolla faleceu em Buenos Aires no dia 4 de julho de 1992, mas deixou como legado sua inestimável obra - que abrange uns cinquenta discos - e a enorme influência de seu estilo. Na verdade, a produção cultural sobre Piazzolla parece não ter fim: se estende ao cinema e ao teatro, é constantemente reeditada pelas discográficas e ganha vida na Fundación Piazzolla, liderada por sua viúva, Laura Escalada.

Fonte: Mi Buenos Aires Querido


Aqui e aqui, vídeos com a música Libertango, que na minha opinião, é a mais linda!